Aconteceu, no auditório da Unidade Onco-Hematológica, mais um módulo do 1º Curso de Cuidados Paliativos do Hemolabor – promovido pelo Grupo de Cuidados Paliativos do Hemolabor. Com o tema “Atenção à espiritualidade e a religiosidade”, o paciente e pastor Dilson Ferreira Soares cativou a plateia composta por cerca de 40 colaboradores e membros com seu conhecimento e carisma. Representando a instituição estiveram Francisco Pereira Borges Filho e Daniela Paes Landim Borges, oncologista clínico e responsável técnico e diretora da Unidade Onco-Hematológica, respectivamente.
Para o técnico de enfermagem Gustavo Bernardo Vieira, a espiritualidade é uma dimensão presente em cada indivíduo, independentemente de crença ou religião. “Todo mundo tem a sua, em particular”, afirma. Segundo ele, cabe aos profissionais de saúde exercerem o respeito e a empatia, reconhecendo o valor dessa vivência no contexto do cuidado. A escuta sensível e o acolhimento são fundamentais, especialmente em momentos delicados como o adoecimento. Para Gustavo, lidar com esse aspecto é também uma forma de humanizar o atendimento.
O que prendeu a atenção de Juliana Rios Fabiano, coordenadora de operações hospitalares, foi o fato de o pastor trazer a visão como paciente e de suas vicências como capelão em presídios. “Participei de todos os módulos e hoje foi diferente de tudo. Além de ser um paciente muito querido, o pastor trouxe uma vivência muito rica mostrando como ele recebe o cuidado e como nós podemos auxiliar os pacientes nesse lado religioso”.
O pastor Dilson Ferreira Soares iniciou sua palestra contanto do seu chamado. “Cada pastor tem um chamado de Deus, o meu cuidar dos presidiários”. Ele acrescentou que viver a espiritualidade como cuidador e, depois, como paciente, foi uma experiência transformadora. Ele participou de sua primeira palestra em hospital abordando capelania, cuidados pastorais e paliativos, e o papel da espiritualidade no ambiente hospitalar. “Foi a melhor coisa da vida que me aconteceu”, afirmou. Segundo ele, poder ouvir, conversar e acolher quem sofre nos hospitais é um novo projeto de vida. “Agradeço por essa porta ter sido aberta, agora sei que também posso cuidar nos hospitais.”